quarta-feira, 25 de maio de 2011

Vento

Vivo nos céus
Mas lá não moro
A porta do paraíso
Ando de um lado para o outro, a velocidade de um riso
Com velocidade oro
Vendo inocentes, vendo réus
Agora estou em Pequim, em duas horas estou em Moscovo
Depois em recreio vou ao Kosovo
Alem das fronteiras da divisão humana
É o vento é o vento
A trova do momento
Que no silêncio acutilante os teus dentes faz bailar
Na gélida noite, onde no frio lago a tua mente vai nadar
As decrépitas folhas de árvores, o tempo faço saudar
Ao ritmo do clima, na etérea dança das estações
Livremente caminha, no céu eterno
Exalto as ondas
Movo moinhos
No verão, sou uma brisa
Que o calor da tua face alisa
Sou a tua respiração, que as tuas células refresca
No inverno sou tramado, frio e gélido
Que a constipação em ti pesca
Se agasalhado não tiveres
Sou o Vento, o futuro
As turbinas do progresso faço girar
Para do metal vazio electricidade voar
E o petróleo aquietar
Sou o Vento
Teu amigo travesso
Ora inocente, ora traquinas
De saias levantadas, guardas chuvas levados, minhas humorísticas iguarias
Sou jovem, nunca velho rejuvenescendo pela acção do sol
Do fétido calor trago as nuvens
Para te tapar, para fazer chover
Para de sede, a terra não morrer
Civilizado vadio
Responsável brincalhão
Na água calor e nevão
Nos céus vivo, contigo brinco
Edgar Teles
25 – 05 – 2011

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