sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Dia Gélido de Verão

Foi num dia quente de verão, com sabor a inverno
Nos raios quentes, uma neblina gélida
Fria, congelando o meu sentir, no momento em que te vi
Ao som dos cutting crew
Nesse apocalíptico momento, em que vislumbrei tua expressão fétida
Com o meu coração brincaste, num jogo de gato e rato
Foi nesse dia, quente de verão, que a minha emoção arrancou
A minha mente como uma guitarra distorcida entoou
Meus neurónios como cordas, meus sentimentos como notas inconstantes
Numa melodia blues com trago de rock dilacerante
Na tua sinfonia, fizeste me esvaziar todo o que podia sentir
Tocaste, tocaste, até que o meu coração sangrou
Na minha dor, silenciosa, a minha sensibilidade levou
Lágrimas secas, choro, na dor da minha alma
Com valium, e noites sombrias, de paz adormecida, não encontro calma
Aos olhos alheios sou um réu
Mente perdida longe do céu
Nautila exilado, na minha dor só
Foi naquele dia de 3 de Julho, com toque de 31 de Dezembro
Nos 40 graus, um frio de 50 negativos
Em com o teu trocista não
Nos teus jogos de silencio, que ensandeceste
Tresloucadamente roído
Pelas dentadas venenosas da tua indecisão
Na chuva deixas-me só, em acidas lágrimas
Diluído na dor, preso na solidão
Rastejei e pedi, por uma mão amiga
Mão invisível, do escarnecedor dedo acusador
Chorei lágrimas de gelo, tão fria a minha dor
Constipei-me na alma, pela falta de compaixão
Chorei, chorei, até não ter mais sentimentos, se não o gelo
Que com as tuas acções para mim, como um selo
O meu coração fecharam
Chorei, até me levantar a minha dor como bengala
Pela compaixão que me foi negada
Pela voz emudecida de quem se cala
Levantei-me e fui, caminhando na loucura
E eis que agora estás, onde me deixaste
Num dia gélido de verão

Edgar Teles 14 de Novembro 2010 22:50

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