sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Farol

Fecha-se a noite, em busca de um sinal
Escura, nublada, como um manto de breu que cobre a visão
Fecha-se a noite, sobre o pensamento, na sua obscura ilusão
Fria, escura, em sinfonia fatal
Que busca no seu frio contínuo, aumentar o tormento
Mas eis que ao fundo, muito ao longe de tudo
Tão longe como o mundo
Longe do pé, distante da mão
No horizonte longínquo, remoto da visão
Brilha uma luz, frágil e doce
Reluzente como a esperança, efémera como o momento
O seu radiar como um chamamento leva-me
A ignorar o frio gélido, que me prende como cimento
A sua visão a minha alma eleva-me
Alem de montes e escarpas
Da noite facas
Ao meu andar apontadas
O brilho da luz, como estrela polar
Guia-me na noite, como a estrela guia os barcos
Na temperatura sub zero, como sol e cardos
Mexo-me, salto, na sua busca incessante
Por caminhos nublados, em passos errantes
Como estrela cadente, com o céu como rumo
A sua demanda em minha vida assumo
Enfrento, lobos uivantes
Passo por, pântanos devorantes
Querendo me tragar, no seu vazio oco
A Luz como Imã, capta a minha vontade
Aconchegar-me nela, pura verdade
Passo por montes e vales, em dias incontáveis
Busco por novas variáveis
Aproximo-me da luz, a noite eclipsa-se
Na madrugada clara de repouso extasiante
E eis que vejo, na rocha forte, ardendo incessantemente a livia luz
Frágil como uma vela, radiante como o sol
Emanando de um velho farol
Este, esperança eterna, que dissipa a noite
Para as trevas cruz
Nela um acoite
Farol que é esperança, na nebulosa vida
Farol que é alegria, nas frias trevas
Farol que és, o calor de Deus
Que na alma nunca, um adeus
Farol que és o amor, que tudo conquista
Farol que és a luz de Deus que na vida o mal dissipa

Edgar Teles 14 de Novembro de 22:23 2010

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